No lançamento do plano Brasil Sem Miséria, a principal ação social de seu governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (2) que o Estado realizará uma "busca ativa" para que as 16 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema não tenham que procurar serviços públicos, mas sim ser encontradas por eles.
O programa, visto como um complemento do Bolsa-Família, foi lançado em uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasíla, com cerca de 800 convidados, incluindo ministros, governadores, prefeitos e líderes empresariais e de movimentos sociais.
"A busca ativa muda o compromisso que temos. Não vamos esperar que os pobres corram atrás. O Estado brasileiro deve correr atrás da miséria", disse a presidente.
Dilma afirmou que o Brasil Sem Miséria "ecoa o trabalho do presidente Lula". Ela também comparou a iniciativa a movimentos libertários como a abolição da escratura.
Os dados que orientam o programa indicam que quase 60% dos extremamente pobres brasileiros --com renda inferior a R$ 70 por mês-- vivem no Nordeste, 21% no Sul e Sudeste e 20% no Norte e no Centro-Oeste.
A presidente afirmou que esses números ajudarão a "trazer a pobreza para a pauta de todos os governos". "A luta contra a miséria é antes de tudo um dever do Estado, mas é também de todos os brasileiros e brasileiras".
Dilma criticou visões que chamou de ultrapassadas para justificar a histórica miséria no Brasil. No passado, disse ela, a miscigenação e fatores climáticos foram oferecidos como motivações. "Os nossos pobres já foram acusados de tudo, inclusive de serem responsáveis pela própria pobreza", afirmou. "Isso tem que mudar".UOL
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