terça-feira, 20 de março de 2012

Pronto-Socorro do HU de Maringá para em 12 dias

A solução para o caos anunciado para a saúde pública da região depende de uma ação rápida do governo do Estado e uma dose de improviso. Com 141 funcionários celetistas em fim de contrato, o Hospital Universitário (HU) de Maringá anuncia que só resta fechar o Pronto-Socorro a partir do dia 1º de abril.
Os celetistas respondem por um a cada seis funcionários do hospital e foram contratados em 1º de abril de 2010 por 1 ano, com contrato prorrogável por igual período. O vínculo com o HU vence em 31 de março e não pode mais ser prorrogado. Sem pessoal suficiente para atender os 200 pacientes que procuram o PS todo dia, o setor corre o risco de parar. Exames, cirurgias, suturas, internações e consultas serão suspensas.
O superintendente do hospital, José Carlos Amador, diz que vem alertando o governo sobre o problema há 1 ano e meio. "Não faz 30 dias que estamos dizendo isso a eles." Na lista dos temporários que deixarão o hospital em 31 de março estão médicos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), ortopedistas, cirurgiões, enfermeiros, técnicos de enfermagem, motorista de ambulância, seguranças, cozinheiros e farmacêuticos. "Dia 1º de abril eu não tenho condições de abrir o hospital porque não haverá funcionários."

No HU, o clima é de preocupação e incerteza. Os efetivos temem ter de trabalhar sobrecarregados; os temporários se queixam da falta de informações. "Muitos estão ansiosos, imaginando o que vai acontecer no fim do mês", conta uma técnica de enfermagem. "O clima está tenso, porque hoje já falta pessoal. Imagina quando os 141 começarem a sair?", questiona uma funcionária do PS.

CARGOS AMEAÇADOS
Mesmo se o governo do Estado autorizar a contratação de funcionários, os trabalhadores só estariam aptos a assumir as funções dentro de 60 ou 90 dias. "Eles vão ter que passar por exames médicos, preencher papéis.

A contratação de novos não vai resolver o problema", explica o superintendente. Um motorista de ambulância, por exemplo, tem de passar por três cursos de direção defensiva antes de assumir o posto. "Seria interessante que eles pudessem continuar trabalhando, porque já estão treinados."

Remanejar empregados está fora de questão, porque o hospital enfrenta déficit de trabalhadores. "Vamos tirar gente da onde para pôr no Pronto-Socorro?", questiona Amador. O setor de urgência e emergência conta com número proporcional de funcionários para a quantidade de leitos.

O hospital tem 31 leitos cadastrados no PS, mas ontem acomodava quase cem pessoas. "Seria preciso ter três vezes mais pessoal para dar conta da demanda." Até meados de abril, contratos de mais sete celetistas vão encerrar e eles terão de deixar o PS.

O superintendente do hospital e o reitor da UEM vão se reunir hoje para traçar uma estratégia contra o problema. Responsável pelas contratações, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior informou somente que deve se pronunciar hoje sobre a questão.Carla Guedes / O Diario

Um comentário:

Anônimo disse...

esse é o nosso belo governo estadual,que só sabe jogar a culpa pela incompetencia no governo passado...JA SE PASSARAM MAIS DE UM ANO ..na campanha tinha solução pra tudo...e ai??? nunca antes aconteceu tal absurdo no HU....