quinta-feira, 29 de março de 2012

Livre do tumor, Lula diz: ‘A campanha começou’



Do Josias de Souza:
Informado pelos médicos de que desapareceu o tumor cancerígeno que lhe atacara a laringe, Lula pôs-se a disparar telefonemas. Transmitiu a boa nova a Dilma Rousseff, alcançada na Índia, e ao presidente interino Marco Maia, em Brasília.
Tocou o telefone também para os amigos mais caros do PT. A um deles, disse, entre aliviado e eufórico: “Acabou. Estou zerado.” O interlocutor brincou: “Cuidado na hora de avisar ao Fernando Haddad. Ele pode infartar de alegria”. E Lula, entre risos: “Para mim, a campanha começou agora.”
Em vídeo levado à web, Lula agradeceu a todos que se solidarizaram com ele no seu drama. E declarou: “Eu agora volto à minha militância política com muito mais cuidado, muito mais maduro, muito mais calejado, pensando em primeiro lugar em cuidar da saúde. Mas, sobretudo, continuar lutando para ver se a gente consegue melhorar a vida do povo brasileiro um pouco mais.”

Mirou mais o Brasil do que São Paulo: “Vou voltar à vida política porque acho que o Brasil precisa continuar crescendo, continuar se desenvolvendo, gerando emprego, gerando distribuição de renda e melhorando a vida de milhões e milhões de brasileiros que conseguiram chegar à classe média e não querem voltar atrás. E aqueles que sonham em chegar à classe media.”
Lula submeteu-se nesta quarta (28) a uma ressonância nuclear magnética e a uma laringoscopia. Em boletim, o Hospital Sírio Libanês informou: os exames “mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado.”
Nas próximas semanas, o patrono de Haddad manterá a rotina das sessões de fonoaudiologia. Tenta reeducar a voz. Nos próximos cinco anos, terá de submeter-se a exames periódicos, para checar se não há nenhuma recidiva. No mais, vida que segue.
Antes mesmo do boletim oficial, Lula iniciara um esforço para tentar retirar a candidatura de Haddad da UTI do isolamento. No domingo (25), reunira-se com o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB federal. Percebeu que as alianças exigirão tratamento de choque.Fábio Campana

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