quarta-feira, 25 de agosto de 2010

225 presos de Maringá passam mal após jantar


O arroz com feijão, a carne moída e a salada servidos aos presos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) e do Centro de Detenção Provisória (CDP), no jantar do último domingo, estão na lista de suspeitos do maior surto de vômito e diarreia já enfrentado pelas duas unidades. Ao todo, 225 presos passaram mal - 100 da PEM e 125 do CDP.Dois médicos e duas enfermeiras da prefeitura e um médico do governo do Estado tiveram de se revezar no atendimento aos presos, entre a noite de domingo e a tarde de ontem. Cerca de 1 mil frascos de soro foram utilizados na hidratação dos detentos.O problema que atingiu 22% dos quase 1 mil presos das duas unidades motivou a vinda do coordenador-geral do Sistema Penitenciário do Paraná, Cezinando Vieira Paredes, na tarde de ontem. Ele chegou a Maringá acompanhando de uma nutricionista, em busca de informações sobre a comida servida aos presos."Ainda é cedo para falar se foi a comida, ou a água",diz. De acordo com Paredes, no caso de a comida ser a culpada, o "estrago" não foi maior porque nem todos os presos jantam. "Muita gente prefere comer alguma coisa mais leve antes de dormir."Amostras das refeições e da água das torneiras foram encaminhadas para a Vigilância Sanitária de Maringá. Segundo o órgão, não há prazo para que saia o resultado. A entidade anunciou que vai fazer uma inspeção na empresa Eldorado Refeições, de Maringá, que fornece as refeições aos presos da PEM e do CDP.O responsável pela Eldorado esteve reunido no fim da tarde de ontem com Paredes e o diretor interino da PEM, Alfredo Lopes da Costa. A página da empresa da internet informa que a Eldorado é especializada no atendimento a órgãos públicos e possui matriz em Orlândia (SP), com filiais em São Vicente (SP), Uberaba (MG), além de Maringá, Guarapuava (PR) e Umuarama (PR).De acordo com uma funcionária da matriz, identificada apenas como Graziele (não quis dar o sobrenome), a empresa não vai se pronunciar até que saia o resultado do exame da Vigilância Sanitária. "Antes de dar uma resposta temos que aguardar as análises das amostras, da água e do ambiente", diz.Segundo o diretor da PEM, a possibilidade de a água ter feito os presos passarem mal é remota. "Limpamos a caixa d'água há dois meses. Mas, por via das dúvidas, recolhemos as amostras e mandamos para a Vigilância", diz.
QueixasSegundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, as reclamações são frequentes sobre a qualidade da comida. A mesma empresa fornece alimentos para os agentes, mas nenhum deles comeu no domingo. "O pessoal trocou de plantão às 19h. Quem chegou, já veio alimentado, e quem saiu, preferiu comer em casa", diz Vilson Brasil, presidente do sindicato. De acordo com ele, também não seria a primeira vez que a comida estaria estragada. "Teve vezes de estar azeda e o pessoal nem servir para os presos. Mas dessa vez ninguém percebeu", lembra.Um agente que estava de plantão na PEM na noite de domingo diz que os problemas começaram por volta das 20h. Ele conta que a desconfiança dos presos recaiu sobre a carne moída. "Um preso me contou que sentiu um cheiro estranho na carne e não quis comer. Daí ele ofereceu para um amigo, que comeu tudo e passou muito mal", relata.
PreçoR$ 7 é o custo da alimentação de cada preso, por dia. Inclui café da manhã, almoço e jantar.
O Diario

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