quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Flanelinhas descobrem como driblar fiscalização

Menos de cinco dias após a Polícia Militar iniciar operação que coibiria a ação de flanelinhas no centro da cidade, os guardadores de carro já desenvolveram estratégias para escapar da ação policial.

O Diário foi à Avenida Getúlio Vargas, no começo da tarde de ontem, e constatou vários flanelinhas trabalhando livremente, ou quase isso.
O guardador Paulo Sérgio Bachega, conhecido como Magrão, conta que desde a sexta-feira passada, com o início da operação policial, os flanelinhas conseguem trabalhar normalmente desde a manhã até às 14h; após esse horário, entra em ação o improviso para driblar a polícia.
Os PMs costumam passar com as viaturas e, por consequência, os guardadores se afastam dos carros. "Não queremos desobedecer ninguém, dizem para nós sairmos e saímos", afirma.

Os policiais mostram comportamentos variados, segundo Magrão: alguns fazem aobrdagem ostensiva, enquanto outros são mais tolerantes, permitindo o trabalho dos flanelinhas desde que não haja reclamações. "Tem os que me conhecem, me chamam de Magrão.
Ontem mesmo nos deixaram trabalhar, falaram que a operação é para pegar só os que não prestam." No começo da tarde, quando as viaturas costumam aparecer, os flanelinhas fazem uma rápida avaliação das intenções da equipe para saber se podem continuar trabalhando ou devem se retirar. "Você tem de esperar o policial vir e fica ligado. Dependendo do jeito que ele te olhar, você já pega e vaza."
Magrão faz questão de distinguir o que considera um bom guardador de um mau guardador. Em sua defesa, alega que não estipula preços, nunca incomodou ninguém e até ajuda seus "clientes" os alertando quando está para vencer o tempo do Estacionamento Rotativo. Por isso, protesta contra o que vê como "generalização" do tratamento policial, querendo expulsar todos os flanelinhas.
"Outro dia, o policial me tratou como marginal, mandou eu cair fora senão ia me mandar para a delegacia."
O guardador Antônio Carlos Molles também protesta contra a operação, afirmando que "acha injusta" a fiscalização, já que trabalha há quatro anos e oito meses sem nunca ter recebido, diz ele, reclamações. "Se o motorista dá dinheiro, ótimo; se não, Deus o abençoe do mesmo jeito", garante.
Para provar seu ponto de vista, o guardador convoca o representante comercial Jean Lamin, de passagem pela rua, para dar testemunho de seus bons serviços. Lamin logo confirma que Magrão "sempre trabalhou bem, é sossegado". Perguntado sobre o que achava da fiscalização policial sobre os flanelinhas, no entanto, Lamin suspira e afirma que "os bons acabam pagando pelos maus, tem muita gente que vem para roubar".O Diario

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