quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ahmadinejad: ‘Não convém criar problema para Lula’

O companheiro-déspota Mahmoud Ahmadinejad respondeu, finalmente, à oferta verbal feita pelo Brasil dar asilo à iraniana Sakineh Ashtiani. Disse “não”.

Declarou ter conversado com o “chefe do Judiciário” do Irã, que teria refugado a saída oferecida pelo Brasil para salvar a mulher condenada à morte. Acrescentou:
“Acho que não é necessário criar um problema para o presidente Lula e levá-la ao Brasil...”
“...Nós estamos preparados para exportar nossa tecnologia para o Brasil e não este tipo de gente”.
Sakineh, é um “tipo de gente” que o Irã considera passível de morrer a pedradas por ter supostamente cometido adultério.
Pressionado pela comunidade internacional, o regime dos aitolás acomodou no dorso da “adúltera” um segundo crime: homicídio.
Sakineh teria participado de uma trama para assassinar o marido. Coisa de 2005. A conjunção carnal fora do leito matrimonial seria posterior à morte do marido “traído”.
Depois de submeter a condenada ao suplício de 99 chibatadas, o Irã suspendeu a execução da pena que previa a morte por apedrejamnto. Uma concessão à chiadeira.
O veredicto medieval foi substituído por outro pré-civilizatório. Cogita-se agora levar a Sakineh à forca.
Segunda (16), simultaneamente à divulgação da resposta de Ahmadinejad a Lula, o ministro petista dos Direitos Humanos, Paulo Vanuchi, falou sobre o caso.
Disse que "o governo Lula está pressionando diplomaticamente o governo iraniano para que permita que ela [Sakineh] venha para o Brasil”.
Alheio ao desejo do companheiro-désposta de “não criar problema” para seu chefe, o ministro referiu-se a Ahmadinejad em termos pouco lisonjeiros:
“Se esse ditador tiver um mínimo de bom senso, deveria permitir que ela venha morar no Brasil e seja salva".
Vannuchi, Lula e o Itamaraty ainda não se deram conta do essencial: ditadores não costumam ser guiados pelo “bom senso”.
Folha Online

Nenhum comentário: