A Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (CoopCárdio-PR) anunciou que a partir desta segunda-feira (9) os profissionais vinculados à Unimed do estado deixariam de atender os pacientes de 21 das 22 unidades do plano. Em Maringá, cinco médicos pediram o desligamento. Londrina é a exceção, o atendimento aos clientes da operadora seguiria normal até o fim de janeiro.
A decisão foi tomada, segundo o presidente da Coopcárdio-PR, Marcelo Ferraz de Freitas, depois de mais de um ano de negociação em torno do reajuste dos honorários da especialidade. O anúncio está, no entanto, em desacordo com as informações oficiais da Federação das Unimeds do Paraná.
Segundo a entidade, que representa as 22 singulares do estado, o pedido de saída dos médicos, até agora, é apenas parcial e, na maioria das localidades, há uma cláusula contratual que obriga a continuidade do atendimento por 60 dias após o pedido de desligamento. “Em Curitiba, onde a maioria dos profissionais atende, não há um pedido oficial sequer protocolado”, diz o vice-presidente da Unimed-PR, o médico Robertson D’ Agnoluzzo.
Segundo o último balanço da Federação, os 42 cirurgiões cardiovasculares de Curitiba continuam atendendo normalmente, assim como o único profissional de Guarapuava, o de Foz do Iguaçu, o de Umuarama e o de Pato Branco. Em Londrina os quatro profissionais cooperados pediram para sair. O mesmo ocorre com os quatro de Cascavel e Toledo e os quatro de Ponta Grossa. Em Maringá, um dos cinco médicos da especialidade pediram o desligamento.
Em média, as Unimeds pagariam cerca de R$ 1,2 mil por procedimento da especialidade, para uma equipe que chega a quatro ou cinco profissionais – menos que os R$ 2,8 mil do Sistema Único de Saúde (SUS) e muito aquém dos R$ 15 mil pedidos pela CoopCárdio-PR.
Freitas diz que a última proposta da Unimed Curitiba, responsável por 50% dos procedimentos da especialidade feitos no estado, foi de pagar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por procedimento. “Nós fizemos uma contraproposta pedindo R$ 7,5 mil, com a possibilidade de fazer um aumento escalonado, em um prazo de dois anos, para os R$ 15 mil. A proposta não foi aceita por eles. As outras singulares não nos procuraram e não querem negociar de forma conjunta”, diz o presidente da CoopCárdio-PR.
Procon diz que consumidor não deve ser refém das negociações
Segundo a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, o consumidor não deve se sentir refém da disputa entre médicos e operadoras. “O cliente tem o direito ao atendimento e a operadora o dever de fornecer o profissional para tanto. Em nenhum momento o paciente deve aceitar receber uma conta por fora e sim exigir das Unimeds o seu atendimento.”
Tanto o vice-presidente da Unimed-PR quanto o diretor da CoopCárdio-PR garantem o atendimento de emergência. “Ninguém ficará desassistido”, frisa Freitas.
Nos casos eletivos, no entanto, o consumidor terá de buscar seus direitos com a operadora e talvez tenha de abrir mão de ser atendido pelo médico de preferência por outro da especialidade que esteja credenciado.Gazeta do Povo
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