quinta-feira, 5 de maio de 2011

Médicos britânicos criam crânio para menino com doença genética

Em um dos lados da sala de cirurgia, o menino Finley, com um ano de idade, está inconsciente. O crânio do paciente foi removido e seu cérebro está exposto.
Do outro lado da sala, o especialista em cirurgias plásticas de reconstrução David Johnson corta, serra e separa as diversas partes do crânio de Finley antes de juntá-las novamente para criar um crânio com novo formato.
Dentro de 30 minutos, o médico começará a colocar o crânio remodelado sobre o cérebro de Finley, costurando o couro cabeludo do paciente, em zigue-zague, de uma orelha até a outra.
No andar de cima, na sala de espera do John Radcliffe Hospital, em Oxford, na Inglaterra, os pais de Finley aguardam, ansiosos, pela notícia de que a operação correu bem e de que seu bebê está seguro.
Foram doze longos meses de espera para o casal Diane e Lee Amey.
Diferente
Quando Finley nasceu, em Salisbury, na Inglaterra, seus pais logo notaram que ele era diferente. "Sua cabeça tinha um formato estranho, com um chifre, como um rinoceronte", disse o pai. "Suas mãos estavam grudadas e seus olhos eram esbugalhados."

A família foi vista pela Unidade Craniofacial do John Radcliffe Hospital e os médicos constataram que Finley sofria de uma rara condição genética chamada Síndrome de Apert. Crianças que sofrem desta síndrome apresentam vários problemas associados ao crescimento.
Todos nós temos suturas em nossos crânios, elas permitem que o cérebro em crescimento empurre as placas do crânio para que ele se expanda. Em crianças com Síndrome de Apert, no entanto, as suturas são coladas. Isto explica o formato distorcido do crânio de Finley e os olhos esbugalhados.
Na medida em que o cérebro cresce, a pressão pode aumentar dentro do espaço restrito no interior do crânio da criança e isto pode ser perigoso. O hospital faz complexas cirurgias para remodelar o crânio dos bebês, criando espaço para que o cérebro cresça.
"É como carpintaria em 3D", disse David Johnson. "Muitas das técnicas que usamos são similares (às da carpintaria), porém o material com que trabalhamos é osso." Após quatro ou cinco horas, a cirurgia de Finley é concluída e ele é levado para a UTI.
Os pais veem um bebê que parece diferente após a cirurgia e que é capaz, pela primeira vez, de fechar seus olhos. No entanto, esta não é a última cirurgia a que o menino terá de ser submetido.G1

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