Se promessas fossem cumpridas, HU estaria pronto

A CPI dos Leitos do SUS, que esteve em Maringá na última quinta-feira, classificou o atendimento do Hospital Universitário (HU) como "caótico e desumano". Uma situação que, certamente, seria menos grave se eles, políticos, tivessem cumprido todas as promessas feitas ao maior hospital público do noroeste do Paraná.
Com os R$ 88,8 milhões anunciados para a compra de equipamentos e investimento em obras, nos últimos 8 anos, daria para executar duas vezes o projeto de conclusão do HU – orçado em R$ 39 milhões –, com sobras de R$ 10 milhões.

Agora, não vou pedir aos
políticos ajuda para um
hospital de 600 leitos
se não tenho um de
300 ainda
José Carlos Amador -
superintendente do HU

Levantamento de O Diário revela que, desde 2003, o hospital recebeu 15,8% do valor anunciado por governadores, deputados e secretários. Grande parte dos R$ 14 milhões foi destinada à compra de equipamentos e pouco contribuiu para a ampliação do hospital.
A planta do HU, elaborada há 21 anos, prevê uma estrutura de 28 mil metros quadrados, 300 leitos e centro cirúrgico com 11 salas bem aparelhadas. Hoje, são 123 leitos e duas salas de cirurgia, numa área de aproximadamente 12 mil metros quadrados.
Três das 18 promessas previam a conclusão do projeto original do HU. A primeira delas, feita em 2003 pelo então secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, falava em verba milionária para os três hospitais universitários do Paraná – em Maringá, Cascavel e Londrina –, que viria de esforços da bancada paranaense no Congresso Nacional. "Mais de R$ 50 milhões em emendas deverão ser destinadas à saúde", disse Xavier, à época.

• Luiz Fernando Cardoso