sábado, 3 de setembro de 2011

Gaeco de Maringá faz denúncia contra falsa médica

Emília de Lourdes Oliveira Geraldes Soares, 58 anos, foi denunciada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá por exercício ilegal da medicina e da profissão de nutricionista, e por venda de medicamentos falsos. Se condenada, nos três crimes da qual foi acusada pelo Ministério Público (MP), a falsa médica pode pegar de 10 anos e 6 meses a 17 anos e 6 meses de prisão em regime fechado.
De acordo com a denúncia, vistorias realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) mostraram que Emília, proprietária da Clínica Reiklínica do Brasil Ltda. e Spasso Urbano Clínica Ortomolecular, "realizava consultas, prescrevia, manipulava e vendia medicamentos nas referidas clínicas, portanto, dolosamente exercia, falsamente, e com o fim de lucro, a profissão de médica."
A ilegalidade era feita com a anuência do esposo, então clínico-geral Emir Alan de Campos, já falecido. "Além do mais, a denunciada Emília de Lourdes dolosamente se intitulava especialista em terapia ortomolecular, no entanto, tão pouco possuía cadastro ou registro no Conselho Federal de Nutricionistas, requisito necessário para o exercício da profissão."

Medicamentos
Apesar do exercício ilegal de duas profissões, o crime mais grave do qual é acusada a venda de medicamentos falsos. "Tratava-se de substância medicinal ou terapêutica falsa porque desprovida do imprescindível registro no órgão de vigilância sanitária competente e desconhecida da literatura científica, bem como desprovido de receita médica com as características de identidade e qualidade admitidas para sua comercialização", diz a denúncia.
Para atrair clientes às clínicas, Emília fazia propagandas de tratamentos para emagrecer que prometiam resultados extremamente rápidos e eficazes.
"Segundo apurou-se, a denunciada dolosamente divulgava, receitava e realizava o tratamento denominado ‘dieta pelo tipo metabólico e sanguíneo’, apregoando um ‘miraculoso’ emagrecimento de 20 Kg ao fim de quatro meses".
A reportagem procurou a denunciada e as clínicas mencionadas na denúncia, mas não conseguiu localizar Emília. Durante o inquérito no Gaeco, ela teria afirmado que era especialista e que não fazia nada de errado.
Na avaliação do Gaeco, a tramitação do processo na Justiça deve ser rápida, com a sentença saindo em 60 dias. A denúncia foi protocolada na última quinta-feira, quatro meses depois do Gaeco assumir o inquérito. No MP, as investigações começaram em 2006.Murilo Gatti

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