quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Funcionários dos Correios de Maringá aderem à greve nacional; entregas podem ser prejudicadas

Cerca de 120 funcionários dos Correios de Maringá e região aprovaram, em assembleia, na noite desta terça-feira (13), a adesão à greve. A paralisação foi deflagrada a partir da 0h desta quarta-feira (14) no Paraná e em outros 23 estados brasileiros. Na cidade, cerca de 25% dos funcionários do setor de distribuição e operacional estão parados. Na manhã desta quarta-feira, cerca de 40 funcionários estavam na frente do posto da Avenida Mauá, na Vila Operária.
A greve é por tempo indeterminado, com isso o serviço de entrega de postagens pode ser prejudicado. "Acreditamos que algumas cartas e encomendas podem atrasar, por isso, quem precisar receber alguma correspondência, ou pagar alguma conta, deve tomar medidas preventivas e usar meios alternativos", fala o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintcom - PR) subsede Maringá, Osmar Silva.

Douglas Marçal
Cerca de 40 funcionários se mobilizaram em frente ao posto da Avenida Mauá, na Vila Operária; cerca de 25% do setor de distribuição parou as atividades em Maringá
Em nota à imprensa, a direção dos Correios, afirma que fará o possível, através de recolocação de pessoal, para que o serviço de entrega não seja prejudicado.
Atualmente cerca de 800 pessoas trabalham nos Correios de Maringá e região. A expectativa do sindicato é que adesão dos funcionários aumente, assim que muitos tomarem ciência da situação. Silva afirma que nenhum funcionários está sendo impedido de trabalhar.
No Paraná, assembleias ocorreram também na noite desta terça-feira em Curitiba, Londrina e Ponta Grossa. Todas aprovaram o indicativo de greve.
Reivindicações
Conforme o secretário geral do Sintcom-PR, Luiz Antônio Ribeiro de Souza, a categoria reivindica aumento salarial, maior contratação de profissionais e o não sancionamento da Medida Provisória 532/2011.
A categoria quer um salário de R$ 1.635, o que significa um acréscimo linear (para todos os funcionários) de R$ 400, além de R$ 200 em vale cesta e R$ 30 de vale alimentação. "Isso é resultado de nossa perda salarial, que já chega a 24,66%. Estamos há dois anos sem aumento", reclama o secretário geral do Sintcom.
Os trabalhadores também querem uma maior contratação de funcionários. "Atualmente o serviço de entrega está demorando mais que o normal, pois não temos pessoal suficiente para atender a demanda. Estamos sobrecarregados", afirma o Silva, coordenador do sindicato em Maringá.
Na terça-feira, a direção nacional dos Correios ofereceu R$ 800 de abono, acréscimo linear de R$ 50 a partir de janeiro, R$ 25 de vale alimentação e R$ 140 de vale cesta. A proposta foi negada pelos trabalhadores.
Privatização dos Correios
Souza chama atenção também para o protesto da categoria pela aprovação no Congresso Nacional da Medida Provisória 532/2011.
"Queremos que Dilma não sancione a medida provisória. Eles estão privatizando os Correios aos poucos. Essa medida transforma os Correios em uma Sociedade Anônima (SA), aumentando o número de funcionários terceirizados, uma vez que dá permissão à direção de constituição de subsidiárias nos Correios. Os trabalhadores serão afetados com ameaça da perda do emprego, diante da ampliação da terceirização de serviços e do aumento da superexploração, levando ao empobrecimento maior dos trabalhadores e perda da qualidade do serviço postal", ressalta Souza.
Correios
Em nota à imprensa, a direção nacional dos Correios afirma que ofereceram todas as condições necessárias para ofechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012.
"A Empresa Brasileira de Correios trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível e está adotando uma série de medidas que garantem o atendimento à população brasileira: contratação de recursos, realocação de pessoal,realização de horas extras e trabalho nos finais de semana".Rubia Pimenta

Nenhum comentário: