quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dos 120 orelhões existentes na Avenida Brasil, 65 não funcionam

Mais da metade dos 120 orelhões da Avenida Brasil não funciona. O Diário percorreu na tarde de ontem os 7,6 km de extensão da via e encontrou 65 telefones "mudos". Há desde um aparelho que engole cartão a outro que passa o dia apitando.
Levar o fone direto ao ouvido pode ser perigoso. Um em cada quatro dos aparelhos fora do ar está sem a peça onde se encosta o ouvido ? enquanto o resto do fone está inteiro. O resultado é que os fios entram na orelha de quem não presta atenção. 
É o caso de um orelhão em frente ao número 3.657, próximo à esquina com a Avenida Getúlio Vargas, onde trabalha o chaveiro Edwillson Esperandin Farto. Há três dias ele colou um cartaz no aparelho, para evitar que mais gente espetasse a orelha no fone.
Farto diz que a reação das pessoas é como se tivessem levado um choque elétrico no ouvido. "Fiquei cansado de ver o povo levando choque aqui no orelhão. Isso aqui é revoltante, faz quase dois meses que está assim", diz.
Na região mais central da Brasil, entre as praças Rocha Ponto e José Bonifácio, do total de 48 orelhões, 27 não funcionam. Na frente de um supermercado, no número 1.977, próximo à Paróquia São José Operário, o cartão vai, mas não volta. 
A máquina funciona como um caça-níqueis e não faz ligação. "O pessoal fica indignado", diz um dos empacotadores. A 20 metros do papa-cartão, na esquina com a Avenida Riachuelo, o orelhão está "mudo".
Já na Zona 5, em frente ao número 6.580, o fone do orelhão passa o dia emitindo um som de apito. Mesmo no gancho, o som continua. Quase metade dos telefones públicos que funcionam na Brasil está nos 2,5 km em que a avenida cruza a Zona 5 ¿ entre as praças 7 de Setembro e Geoffrey Wilde Diment. Nesse trajeto são 21 aparelhos em funcionamento, contra nove quebrados.
Procon
O diretor do Procon de Maringá, Dorival Dias, diz que o órgão está ciente dos problemas nos telefones públicos. "A maioria não funciona por falta de manutenção. Não é nem por conta do vandalismo", afirma.
Dias adianta que o Procon pretende apresentar, ainda nesta semana, um levantamento dos telefones públicos da cidade. O objetivo é cobrar providências da empresa de telefonia Oi, responsável pelos aparelhos.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Oi no Paraná informou que uma reposta sobre a situação dos orelhões depende de um parecer técnico. O Diário enviou à empresa, ontem, a lista com todos os endereços dos aparelhos danificados.
Silêncio
36 orelhões da Brasil exibem a mensagem "fora de operação" no visor. 
12 aparelhos estão "mudos", sem qualquer mensagem  na telinha.
17 orelhões estão  depredados por vândalos.
Odiário

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