Segundo Ogawa, originalmente, a Diocese de Guarulhos pediu a impressão de 18 milhões de panfletos. A gráfica, porém, recusou o pedido argumentando que não teria capacidade para dar conta da encomenda.
A primeira entrega do material ocorreu no dia 15 de setembro, ainda antes do primeiro turno da eleição, ocorrido no dia 3 de outubro. Naquela leva, 1,1 milhão de folhetos deixou a gráfica. No dia 13 deste mês, outro pedido foi feito: de mais 1 milhão de exemplares. Foram estes os panfletos encontrados hoje na gráfica.
Trecho do panfleto com as recomendações aos eleitores
A defesa do PT foi à 1ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, que fica no bairro da Aclimação, e apresentou um pedido chamado preservação de direitos. O objetivo é tentar impedir que os panfletos deixem a gráfica até que se investigue de onde partiu a encomenda. A sigla quer saber também se o material é falso ou não.
A advogada do partido, Ana Fernanda Ayres Dellosso, afirmou que há a possibilidade de crime eleitoral.
- O conteúdo pode ser crime eleitoral, mas isso deve ser julgado. O procedimento foi feito para proteger o eleitor de jogadas políticas e propaganda irregular.
O PT ainda vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral para barrar a distribuição dos panfletos. A legenda entende que o conteúdo do manifesto tem dizeres ofensivos e caluniosos.
De acordo com Ana Fernanda, o material seria irregular porque não leva o CNPJ da entidade que solicitou sua produção.
Assinam o manifesto anti-Dilma d. Nelson Westrupp, d. Benedito Beni dos Santos e d. Airton José dos Santos - os três são bispos da Regional Sul 1 da CNBB, que reúne as 41 dioceses do Estado de São Paulo.
Westrupp é bispo de Santo André e presidente da Regional Sul 1. Beni dos Santos e José dos Santos são, respectivamente, vice-presidente e secretário-geral do órgão.
Os papéis levam a mesma mensagem já distribuída nas cidades de Aparecida (SP) e Contagem (MG) no feriado do dia 12, quando foi celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida. O texto faz críticas ao terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, proposto pelo governo no fim do ano passado, e orienta os católicos para que, “nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à criminalização do aborto”.
Outro lado
A CNBB já se manifestou em ocasiões anteriores e ressaltou que somente a Assembleia Geral, que não vetou qualquer candidato ou partido, pode falar em nome da entidade.
O responsável pela comunicação da Regional Sul 1 da CNBB, d. Vilson Dias de Oliveira, lamentou o episódio e disse que a entidade desconhece a origem da encomenda e dos recursos que teriam sido usados para pagar por ela. Os bispos católicos querem aguardar as investigações policiais.
Oliveira disse inclusive estranhar o fato de uma solicitação desse tipo ter partido de uma diocese, que segundo ele não costuma ter recursos suficientes para bancar uma compra de material desse volume. A Regional Sul 1 está reunida desde ontem no interior de São Paulo e deve emitir uma posição oficial neste domingo (17).
R7
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