segunda-feira, 4 de junho de 2012

Instalação de câmeras em banheiro de colégio gera polêmica


A instalação de câmeras dentro do banheiro do Colégio Estadual Ubedulha de Oliveira, no Conjunto Luiz de Sá, zona norte de Londrina, está gerando uma polêmica. A maioria dos participantes do conselho formado por pais e professores votou a favor do equipamento de segurança, mas a mãe de um aluno e estudante da instituição, Elaine Bergamin, está questionado a falta de privacidade."Hoje, a gente está exposta aos hackers, ninguém está seguro, imagina uma criança, um pedófilo consegue pegar essas imagens, imagina como vão ficar essas crianças. É constrangedor", defendeu à TV Coroados.
As câmeras foram aprovadas por unanimidade em uma reunião com cerca de 200 pessoas, mas diante das críticas uma outra votação foi chamada. No novo encontro, mais uma vez a maioria votou pela manutenção do equipamento dentro do banheiro, a única voz dissonante foi de Elaine.
Na manhã desta segunda-feira (4), o diretor do Colégio Ubedulha de Oliveira preferiu não se manifestar à reportagem de odiario.com. Ele afirmou que uma terceira reunião sobre as câmeras deve ser convocada para esta semana e que só irá comentar o fato após o compromisso.
À TV Coroados, ele defendeu o uso das câmeras para evitar atos de vandalismo e coibir o uso de drogas. "Nós temos um alto índice de violência e indisciplina também dentro dos banheiros. Tudo o que a gente coloca lá, eles quebram. A gente tem recebido denúncias de que alunos fumam drogas dentro do banheiro, os maiores batem nos menores", colocou.
A visão do Núcleo
A chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina, Lúcia Cortez, acredita que essa é uma discussão que deva ser resolvida dentro do colégio pelo conselho de pais e mestres. Ela defende que é uma oportunidade para debater o papel das câmeras, objetos que vêm se tornando cada vez mais comuns dentro dos estabelecimentos.
"O conselho escolar tem a representatividade de todos da comunidade. Ele foi consultado e concordou com as câmeras, a escola precisa ter mantida sua autonomia. As câmeras hoje estão em todo lugar, nos prédios, elevadores, é uma questão de segurança e de controle. A escola é um lugar com um trânsito muito grande, desde dos menores aos maiores", comentou.
Lúcia Cortez argumentou que as políticas sobre o uso de equipamentos eletrônicos, como câmeras e celulares, devem ficar a cargo dos colégios. Em Maringá (96 km de Londrina) já surge uma outra vertente. O NRE da cidade, que cuida de 25 municípios, vai regimentar o uso de telefones celulares, coibindo sua utilização nas salas de aula.
"Essa política não é uma coisa que deve vir de cima para baixo, o Núcleo não tem que ficar disseminando. Eu acho que temas assim devem ser discutidos dentro das comunidades, com a participação popular. Até hoje as nossas escolas têm feito dessa maneira, com o conselho escolar, e tem dado conta de resolver. Essa questão das câmeras foi a primeira e acho que é importante até para a comunidade repensar sua participação", declarou.
Outra polêmica
Em fevereiro, uma outra polêmica veio à tona. No Colégio Estadual Vicente Rijo, no Centro de Londrina, alunos homossexuais ganharam um banheiro exclusivo.
"Optamos por um banheiro que já temos nas bibliotecas. Não foi construído um. Esse era pouco usado, só por funcionários. Não que fosse especial, mas apenas para que eles se sentissem mais à vontade", comentou à época o diretor da instituição, Donizete Brandino.
Ele defendeu que a medida não era discriminatória, mas que acatava um pedido dos próprios estudantes homossexuais que não se sentiam confortáveis em utilizar nem os banheiros masculinos e nem os femininos.Pauline/O Diario

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